São José aumenta sua eficiência logística através de métodos de redução de custos

Estimado leitor, é certo que muitos são os apaixonados por ônibus atualmente. A busologia conquistou e ainda continua conquistando espaço numa sociedade que, por vezes, não compreende o outro, os seus hobbies e desejos. A diversão, tida por alguns como um tipo de loucura, hoje segue rumos cada vez mais profissionais, com busólogos contratados e trabalhando em suas empresas favoritas e em todas as áreas do setor de transportes, principalmente em Fortaleza.


Seguir o hobby é, por vezes, declarar que o busólogo gostaria de ver determinada carroceria, ou tal chassi ou motor em um ônibus, porém, caro leitor, convém ressaltar que na gestão empresarial os aspectos “emocional” e “racional” podem não seguir juntos sempre. A pergunta é: Qual seria o custo daquele chassi? E o consumo? Manutenção? 

O detalhe que ainda passa despercebido é que uma empresa não serve apenas para compor desejos ou como um simples passatempo. Empresas sérias devem, obrigatoriamente, ter gestores sérios e preocupados com todos os aspectos inerentes ao negócio e a sua plena sustentabilidade.

A busca pelo controle de custos não é uma novidade, pois faz parte da cultura do planejamento logístico integrado, tanto que, por exemplo, a partir de uma parceria entre todas as empresas afiliadas, surgiu um consórcio que propôs o rateio dos custos e das receitas mediante o percentual de participação de cada uma no sistema, com base em um retrato feito em 2006.


A partir de 2007, com o congelamento da passagem que estava ocorrendo naquela época, as companhias tiveram que se reinventar. Em vez de seguir o padrão antigo, onde cada uma operava nas suas linhas, elas começaram a distribuir as linhas mediante a localização das garagens, para reduzir os altos custos com a "quilometragem morta", que é o percurso realizado do estacionamento do ônibus até o ponto final das linhas e que ocorre sem remuneração.


Mesmo não sendo interessante citar, lembre-se que o Brasil está passando por um momento ainda mais delicado na economia, momento este que requer ainda mais atenção. E foi pensando nisso que a atual presidência do Sindiônibus começou a implementar uma nova série de estratégias logísticas com vistas à redução de custos e manutenção de operações.

As empresas começaram a dar mais atenção ao controle dos custos variáveis, como o consumo de combustíveis. Algumas limitaram a rotação do motor do ônibus, já outras optaram pelo treinamento e acompanhamento dos motoristas. As ações já obtiveram grandes resultados, principalmente pelo fato de que, devido ao modelo de consórcio já existente, os motoristas deixaram de correr e forçar o motor a fim de “pegar passageiros”, também reduziram as freadas e acelerações bruscas, pois o faturamento de cada empresa não ia aumentar ou diminuir pegando mais ou menos passageiros que a outra - tudo é dividido por proporção. Por consequência, o índice de acidentes e colisões também diminuiu.


Recentemente, a São José Transporte Urbano foi além, ao aplicar uma estratégia que permitiu manter seus veículos que rodam apenas em horários de pico mais próximos dos finais de linha e em local seguro.

Os ônibus das linhas 337/397-Jardim Jatobá/Siqueira 1 e 2 e 338-Canindezinho, que antes recolhiam para garagem em todos os dias úteis, agora estão indo para o terminal do Conjunto Ceará. Segundo cálculos aproximados feitos pela Equipe MOB Ceará, a decisão resultou em uma economia de 906,4 km/mês na quilometragem total percorrida pelos 9 ônibus que recolhem nestas 3 linhas.

A linha 337 que, segundo um aplicativo do Google, utilizava 7,5 km para recolher à garagem, agora gasta apenas 4,3 km para estacionar no terminal Conjunto Ceará. Só nesse exemplo, a São José economizou cerca de 422,4 km/mês, somados os 3 ônibus da linha que fazem recolhimento após o pico. Nas linhas 338 e 397, a economia de quilometragem morta foi de 299,2km e 184,8km respectivamente.

Cálculos básicos

Considerando que o litro do óleo diesel comprado pela empresa no atacado seja de R$ 2,92, e o consumo do ônibus no recolhimento seja de 3,0km/L, a São José economizou cerca de R$ 882,22/mês para estes 9 ônibus, o que faz bastante diferença quando somado ao que também foi economizado em outras linhas. Os valores economizados podem ainda ser maiores, adicionados aos custos com pneus, óleo do motor, mão de obra, etc.

Vale ressaltar que essa matéria foi feita a título de curiosidade. Caso a equipe receba, ao decorrer do dia, os dados oficiais dessa operação, a matéria será atualizada afim de informar, ainda mais, nossos estimados leitores.

Fonte: MOB Ceará

4 Comentários

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  1. a tempos queria uma matéria como essa excelente obrigado mob muito informativo. também gostaria de uma análise sobre o transporte Municipal de Maranguape pois existe diversos modelos de economia e até arrendados

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  2. Muito obrigado. O sistema municipal de Maranguape não tem esse tipo de estratégia devido os horários dos ônibus serem planejados para que as empresas já tenham o menor custo de deslocamento.

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  3. Já que as empresas adotaram a "quilometragem morta" por qual motivo a terrível e mal cuidada Santa Secilia permanece nas linhas 214 e 217 sendo que as garagens mais próximas tanto do final da linha quanto do terminal é a Santa Maria e a Aliança?
    Vai entender né

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  4. Carlos Rodrigues, faço essa mesma pergunta em relação a linha 456 Planalto Ayrton Senna/Parangaba. Que é operada pela Viação Dragão do Mar. Quando que pela a lógica da proximidade da garagem, ela deveria ser operada pela a Maraponga.

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