Padronização (e despadronização) de frotas urbanas – O Caso da Cidade do Rio de Janeiro


A padronização de pinturas de frotas urbanas teve seu início no Brasil na década de 1970, quando São Paulo e Curitiba lançaram-se a reorganizar seus sistemas de transporte por ônibus. Outras capitais como Goiânia, Fortaleza e Recife seguiram a tendência nas décadas de 1980 e 1990, criando pinturas específicas para serviços distintos e/ou regiões delimitadas de operação.

A cidade do Rio de Janeiro, durante décadas, ficou  conhecida por sua frota colorida, chamando a atenção de entusiastas de todo o país e até do exterior.

Atualmente a maioria das capitais, além de diversas cidades pequenas, médias e grandes tem suas frotas padronizadas. A cidade do Rio de Janeiro foi das últimas capitais a adotar, em 2010, o que ficou conhecido popularmente como “PP” – pintura padronizada. Junto com a “PP” vieram a licitação do sistema, a reorganização de linhas, a criação de consórcios e a divisão de regiões de operação por cores.



Para surpresa de muitos, no corrente ano de 2018, portanto apenas oito anos depois da grande e polêmica padronização de 2010, a atual administração municipal carioca volta atrás e libera as empresas para adotarem novamente pinturas personalizadas.   Com essa liberação, novamente as ruas cariocas passam por um processo de mudança visual nos ônibus urbanos, mesclando a sobriedade da pintura padronizada com o colorido das pinturas personalizadas. Algumas empresas tem apresentado pinturas semelhantes as pinturas anteriores à “PP”, outras vieram com pinturas totalmente diferentes.



Fonte: MOB Ceará
Colaboração: Marinaldo Jr

11 Comentários

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  1. SP começou a padronizar, lamentavelmente, diga-se, a partir de 1978 e não no início dos Anos 1970. Até 1978 as empresas eram imediatamente reconhecidas pelas pessoas, o que era muito bom para o sistema de transporte local.

    Referente à questão da padronização das pinturas por operadora, a questão não é saudosismo ou privativismo, como já ouvi. Não sou saudosista nem privatista, ao menos nessa questão.

    Minha análise é técnica.

    Senão vejamos as vantagens da padronização por operadora e não por determinação estatal (padronização única):

    1 – para o passageiro: enxerga à distância e com muito maior acuidez o “seu” ônibus, que está indo para o “seu” bairro ou a “sua” cidade.

    2 – para o empresário: gasta menos com combustível, freios e pneus, à vista que não há tantas freadas bruscas realizadas por passageiros que, por não enxergarem à distância o “seu” ônibus, acabam por fazer sinal repentinamente, após selecionar entre os inúmeros ônibus existentes, o “seu”.

    3 – para o gestor público: controla melhor todo o sistema, inclusive a qualidade de cada operadora, permitindo ainda aos passageiros não confundir o operador com o gestor.

    4 – para a mobilidade geral: permite que os ônibus andem mais rápido como um todo. Portanto, o sistema de ônibus andará mais rápido, já que os passageiros tenderão a acelerar os sinais que fazem para os “seus” ônibus.

    5 – para o visual urbano: faz com que o colorido das operadoras melhore o visual das cidades, tão “cinzentas” que são. Não é um festival de cores, mas sim uma visualização melhor do colorido urbano.

    6 – para a qualidade total: faz com que as operadoras queiram efetivamente melhorar suas operações, incluindo veículos, pois a perfeita identificação de cada uma delas faz com que todos percebam quem é melhor e quem não é tão bom assim.

    7 – para o sistema de transporte: permite que, inclusive em consórcio, cada operadora seja perfeitamente identificada, objetivando melhor relação custo-benefício no sistema de transporte como um todo.

    Saudações,

    Mario Custódio

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    1. MATÉRIA:"A padronização de pinturas de frotas urbanas teve seu início no Brasil na década de 1970..."
      COMENTÁRIO: "SP começou a padronizar, lamentavelmente, diga-se, a partir de 1978 e não no início dos Anos 1970."
      NOTA: como pode-se perceber, não foi citado no texto que a padronização em SP surgiu no início, no meio, ou o fim dos anos 1970.
      Foi, sim, citado, que a padronização teve seu início "NO BRASIL" nos "ANOS 1970" (onde se inclui 1978).

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    2. OLÁ MARINALDO

      Desculpe-me, não quis ser indelicado, apenas registrar que SÃO PAULO começou a padronização estatal em 1978.

      A meu sentir, a grande maioria das pessoas comunga da mesma ideia ou seja, se há mais de uma operadora numa cidade ou região, a marca que deve estar na mente dos que tomam ou não ônibus é a imagem de cada empresa e não uma pintura por imposição estatal, de cima para baixo, tendo todos que "engolir" um design que fere um dos princípios básicos do marketing de comunicação, qual seja: "a imagem de uma empresa é o meio pelo qual ela se fixa nas mentes dos seus públicos de relacionamento". E isso faz perceber o melhor ou o pior atendimento, fazendo com que o nivelamento seja sempre por cima e não por baixo, como ocorre hoje.

      SMJ e novamente com meu pedido de desculpas.

      MARIO CUSTÓDIO

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  2. P a d r o n i z a ç ã o. Uma palavra que me faz lembrar do comunismo. Me fez lembrar daqueles feiosos e sem vida, dos conjuntos de apartamentos, todos iguais. Localizados nas periferias da Rússia. E de todas as cidades do leste europeu sobe o domínio da antiga URSS. A padronização das coisas, uma arma diabólica usada estatalmente. Para a manipulação das mentes, todos pensando a mesma coisa. Todos pensando aquilo que o Estado queria que você pensasse. E que pensasse isso coletivamente. Um pensamento coletivo dominado pelo estado.

    E viva o colorido! Viva o colorido que traz vida e alegria! E viva o fim da padronização! E que ela chegue aqui, também! Também aqui na minha amada Fortaleza!

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    1. FAÇO VOTOS QUE A PADRONIZAÇÃO POR OPERADORA CHEGUE A FORTALEZA E EM OUTROS LOCAIS DO BRASIL, PARTICULARMENTE EM SP, ONDE A DIVISÃO POR CONSÓRCIOS CONTINUA ATRAPALHANDO A VIDA DAS PESSOAS.

      NO CASO DA EMTU PIOR AINDA, POIS ESTA DETERMINOU A PADRONIZAÇÃO DE TODAS AS COMPANHIAS DE ÔNIBUS DE TODAS AS REGIÕES METROPOLITANAS DO ESTADO, FAZENDO COM QUE ATÉ LINHAS RODOVIÁRIAS DE LONGO PERCURSO ESTEJAM PADRONIZADAS AO GOSTO ESTATAL.

      É O "FIM DA PICADA" EM PREJUÍZO AO POVO.

      RIO DE JANEIRO, SABIAMENTE, INVERTEU A LÓGICA, ALGO QUE A ESPANHA TAMBÉM FEZ. O CONSÓRCIO APARECE COMO INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR. O DESIGN DA COMPANHIA É O PRINCIPAL E QUE VAI POSSIBILITAR A LOCALIZAÇÃO AO LONGE DO CARRO E SERVIRÁ TAMBÉM PARA IDENTIFICAR PERFEITAMENTE A QUALIDADE APRESENTADA PELA OPERADORA.

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    2. Unknown, isso mesmo cara! Até porque também aqui em Fortaleza. Infelizmente as três empresas do Grupo Guanabara do famoso rei do ônibus, Jacob Barata, 02-Viação Fortaleza, 30-Viação Urbana e 42-Viação Dragão do Mar. SIMPLESMENTE Não respeitam as áreas de outros consórcios, em detrimento das outras empresas. Digamos que elas gozam te um certo privilégio da prefeitura! Absurdo!

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  3. Graças a Deus essa imbecilidade acabou!

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  4. Espero que o próximo prefeito que vai ser eleito daqui a dois anos se comprometa em liberar as empresas de Fortaleza usarem suas próprias pinturas como era nos anos 60 70 e 80

    DEFENDO O FIM DA PADRONIZAÇÃO E VOLTA DAS PINTURAS PERSONALIZADAS DAS EMPRESAS!!!!

    SOU DE FORTALEZA/CE

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