Santa Cecilia Transportes encerra as atividades oficialmente

A Santa Cecília Transportes comunicou aos seus colaboradores que, infelizmente, as suas operações não poderão mais ser continuadas.


A companhia tradicional e familiar atuava no transporte desde 1946, e desde então utilizou nomes como Timbira, que foi o nome mais marcante ao longo da trajetória da família Azevedo.
 
 



A Santa Cecília deu entrada na recuperação judicial em 2021, após passar por dificuldades causadas pela paralisação do serviço de transporte que afetou todas as empresas, porém as menores sentiram mais, e a Santa Cecília começou a diminuir o nível de serviço aos poucos, com muitos veículos se tornando inviáveis a recuperação e principalmente, em 2022, quando o preço do óleo diesel disparou devido à alta do dólar, a companhia sentiu mais um baque, uma vez que até então ainda não havia subsídio da Prefeitura de Fortaleza para ajudar na operação.
 
Sua última encomenda de carros novos foi em 2017, e desde então, a companhia chegou a acrescentar alguns veículos seminovos e usados para a sua operação, oriundos das empresas Maraponga e Santa Maria, mas logo depois a prefeitura restringiu a idade para cadastro dos ônibus, impossibilitando da empresa caminhar devagar e se reestruturar novamente. Os atrasos no repasse do subsídio também contribuíram para a empresa não honrar com suas responsabilidades junto aos seus credores e funcionários, e logo os atrasos começaram a virar rotina. Há poucos meses, o Banco Volvo que havia financiado dezenas de ônibus para a empresa, tomou os bens e isso fez com que a viação tivesse muito mais dificuldade, pois a arrecadação ficou menor e ainda tinha que pagar as rescisões dos funcionários, ou seja, mais um custo inesperado para a operação da companhia bancar um pouco mais de 40 ônibus.
 
 
 
 






A Santa Cecília se esforçou ao máximo, mas chegou o momento em que os funcionários também não aguentaram mais esperar pelos seus benefícios e proventos, e o sindicato dos trabalhadores decidiu intervir, onde ocasionou na paralisação das atividades dos funcionários e a empresa não ter mais condições nem capital de giro para aguentar mais tempo na operação, chegando ao lastimável resultado do encerramento das atividades.

Os busólogos lamentam muito por este fim, principalmente porque a Santa Cecília foi uma das empresas que mais abriram portas na busologia, onde muito se sentiam bastante a vontade em sua garagem. Por sinal, a maioria dos sócios e familiares também possuem paixão por ônibus.


 
 
 
 

Com o fim das operações da Santa Cecília, inegavelmente, encerra-se de uma forma bastante melancólica uma trajetória de décadas no transporte. A busologia, falando de uma forma um tanto quanto sentimental e se referindo ao hobby em si, a partir desta data, fica um pouco mais desfalcada, pois cada companhia tem suas particularidades.

Redação: Narcisio Santos/Paulo Henrique Felício

1 Comentários

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  1. Muito triste mesmo, agora, a pergunta fica, pra onde vão os mascarello da Santa Cecília, e pra onde vai o único articulado que tinha, o 36400.

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