Após 11 anos, Cearense Transportes encerra suas operações

Estimado leitor, é com enorme pesar que a Equipe MOB Ceará informa que, após 11 anos de operações, a Cearense Transportes encerrou suas atividades no sistema urbano de Fortaleza.


Criada em 22 de Fevereiro de 2004, a empresa que era controlada pela família Uchoa teve, em sua trajetória no transporte, diversos momentos de comemoração. Agora, porém, a Cearense teve de entregar suas linhas para as empresas consorciadas do Sindiônibus.

O início no transporte coletivo na família Uchôa ocorreu quando Francisco Augusto Cruz Uchôa pediu suas contas da empresa Nossa Senhora de Fátima.

Uchôa era cobrador da empresa de seu Raul Ribeiro, um dos maiores empresários de todos os tempos no transporte cearense e, quando ele se desligou da empresa, recebeu dois ônibus e duas tabelas em uma nova linha que se formava naquele momento, que havia sido concedida para a empresa de seu Raul, mas ele transferiu para Uchôa, a linha se chamava Canindezinho.


De lá pra cá, a empresa, que já obteve diversos nomes como Transreal e Ultracol, se consolidou como São Francisco, em 1986.


Diante de um impressionante crescimento às custas das linhas da região do grande Siqueira, a São Francisco não necessitava de ganhar linhas do órgão gestor para obter crescimento, pois suas rentáveis linhas sempre exigiam um constante aumento de frota, e, com isso, a empresa foi evoluindo.


Em 2003, a família Uchôa adquiriu a Empresa Salete.
Com a negociação entre a empresa adquirida e o proprietário da São Francisco, a Salete repassou 16 tabelas na linha 405 - Parque Dois Irmãos/Expedicionários, e recebeu a linha metropolitana 180-Barra do Ceará/Ceasa, que era arrendada pela Viação Real, entre outros negócios.


Naquele momento, o nome da Salete permaneceu nos seus aproximadamente 20 veículos, até ser criada uma nova razão social, a Cearense Transporte Urbano LTDA, sob o comando de Maria Lucimar Martins e Marcus Augusto Martins Uchôa.


Em 22 de Fevereiro de 2004, o nome da Cearense já estava estampado nos veículos da empresa, que operavam exclusivamente na linha 405.


Após alguns meses, a Cearense recebeu a maioria das linhas da São Francisco, além de alguns veículos mais novos e, com isso, sua participação no sistema foi ampliada. A nova empresa iniciou as operações no Terminal Parangaba e Siqueira, com grande parte da frota concentrada nas linhas alimentadoras da região do Jardim Jatobá e adjacências.


Em 2007, haviam boatos de que a empresa estaria passando por alguns momentos difíceis devido ao alto capital investido na compra das linhas da Salete, além da compra de mais de 23 veículos semi novos para renovação e complemento de frota da São Francisco e Cearense, mas o susto passou e a empresa recebeu 4 tabelas e quatro veículos da Viação São Vicente, que acabara de findar suas operações.
 
Cearense herdou os veículos 16573, 16862, 16301 e 16506, Ex São Vicente

Após um jejum de 5 anos sem comprar veículos 0km, a Cearense adquire 5 novos ônibus em 2009. Daquele período até 2013, a empresa realizou várias renovações anuais de grande porte, mantendo uma das frotas mais novas dentre as operadoras.


Em 2012, a empresa participou da licitação proposta pela prefeitura de Fortaleza sendo uma das vencedoras, e, naquele ano, a Cearense  adquiriu a maior quantidade de ônibus novos da história da família, foram 15 novos e 16 semi novos.


Em 2014, a frota da empresa estava com uma ótima idade média, dispensando até a necessidade de renovação de frota. Porém, em 2015, devido à violência crescente em Fortaleza, a empresa teve dois de seus veículos incendiados, e isso fez com que a Cearense tivesse que abrir mão de duas tabelas na linha 355-Siqueira/José Bastos.

A idade média da frota já estava nos limites e devido algumas dificuldades, a guerreira Cearense que, dentre as empresas pequenas tradicionais foi uma das que mais duraram, encerrou suas atividades desde ontem, com uma frota final de 59 veículos operantes.


A Cearense preservou raízes históricas, e era uma das empresas que, como poucas, estimularam a paixão por ônibus nos busólogos. Por estas e outras razões, o MOB Ceará lamenta profundamente a perda de mais uma empresa, com a certeza que ela estará marcada para sempre na história do transporte, bem como na memória de seus admiradores.



Fonte: MOB Ceará

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