O Torino é uma carroceria de ônibus urbano fabricado pela encarroçadora gaúcha Marcopolo. Nasceu em 1982 em Porto Alegre, sendo construído o seu primeiro protótipo na fábrica da Eliziário - tradicional encarroçadora adquirida pela Marcopolo em fins da década de 1960.
As nomenclaturas das gerações do Torino são controversas: Nomes como LN, G4, G6 e G7 não são reconhecidos oficialmente pela Marcopolo. Mas aqui vamos explicar o decorrer das gerações e nomenclaturas.
O 1º Torino
O lançamento oficial do Torino ocorreu apenas em 1983, na Fábrica Planalto, em Caxias do Sul. Apenas em 1986 ele passou a ser montado na fábrica de Ana Rech, quando ganhou nova grade dianteira com frisos mais espaçados, melhorando a ventilação do motor dianteiro.
Com inspiração no Sanremo II, o Torino veio em substituição ao Veneza II, que teve muitas unidades vendidas durante sua fabricação.
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1ª geração: modelo fabricado de 1983 até o 1º semestre de 1989 |
O modelo 1983 é tratado por vários busólogos como Torino GIII ou G4, não chegando portanto a um convenção. Por isso, nesta série de matérias este modelo será tratado apenas como Torino 1983.
Apesar das janelas laterais serem semelhantes ao do Marcopolo Veneza II, nas primeiras unidades eram em tamanho bem maior, o mesmo modelo usado pelo Marcopolo San Remo e as mesmas do Marcopolo San Remo II, que foi feito em Porto Alegre.
Inicialmente tinha janela do motorista menor e placa traseira no para-choques (característica quase que exclusiva dos Torinos encarroçados em chassis de motorização traseira). Em 1984, foi lançado uma nova versão, que foi produzida até 1988, com janela do motorista maior e placa traseira entre o conjunto de faróis.
As duas versões também se diferenciavam pela grade dianteira: Na versão mais nova a grade era mais "aberta", para melhorar a ventilação dos componentes mecânicas do veículo.
O Torino LN
Em 1989 o Torino foi reestilizado, com novo desenho da janela do motorista e novos faróis na frente e na traseira, mas que manteve a bem sucedida estrutura. Essa versão passou a ser conhecida pelos busólogos como LN.

Essa carroceria, diferente do seu predecessor, apresenta o itinerário maior (dai veio a sigla LN, que significa Letreiro Novo). Além disso o LN ganhou novo sistema de abertura das portas que ficam mais próximas da carroceria e sem a barra de metal que auxilia a locomoção de entrada/saída de passageiros.
Detalhes que fazem a diferença
Apesar das diferenças entre a Torino da primeira geração e o LN serem bastante evidentes, muitas vezes passam despercebidas e podem causar dúvidas ao diferenciar os modelos. A seguir, levantamos alguns dos principais detalhes que permitem diferenciar os dois modelos de carrocerias.
Moldura dos Faróis
Janela do Motorista
A moldura, ou máscara, dos faróis é a peça que envolve as lentes do conjunto óptico dianteiro. No Torino 1983, a máscara acompanha o formato arredondado dos faróis dianteiros, formando um círculo perfeito. No Torino LN, apesar de as lentes dos faróis serem redondas, a máscara que as envolve não acompanha o mesmo formato, sendo bem mais quadrada do que aquela presente no modelo da quarta geração.
Itinerário
No Torino 1983, o itinerário é mais arredondado e no espaço em suas laterais são fixadas luzes de sinalização em formato vertical que acompanha a altura da peça do itinerário. No Torino LN, o itinerário ocupa todo o espaço disponível sobre o pára-brisa, não existindo luzes em suas laterais.
Itinerário Torino LN |
No Torino 1983 a janela do motorista tem formato quadrado, semelhante ao das demais janelas da lateral da carroceria. No Torino LN, o desenho da janela do motorista é diferenciado em relação ao das demais janelas do veículo, contando com um recorte diferenciado em sua base.
Janela 1983 Janela LN |
Traseira
A traseira do Torino 1983 é semelhante à do Veneza II, inclusive com lanternas que seguem o mesmo formato.
Já à traseira do Torino LN já conta com lanternas que foram utilizadas por diversos modelos de ônibus e até de caminhões.
Nos dois modelos de carroceria, a Marcopolo produziu algumas versões com a estrutura da carroceria em alumínio, o que era visualmente identificado pelas janelas laterais.

O Torino GV
No segundo semestre de 1994 é lançado o Torino GV, que mantinha pequenos detalhes estruturais do Torino LN, porém com diversas evoluções que visavam o conforto dos passageiros e otimizar a fabricação em série.
O GV veio com novo layout na frente e na traseira, apresentando a luz de freio traseira (conhecida como "brake-light") opcional e o nome da Marcopolo em baixo relevo.
O GV veio com novo layout na frente e na traseira, apresentando a luz de freio traseira (conhecida como "brake-light") opcional e o nome da Marcopolo em baixo relevo.
Em 1997 foi lançada a nova versão com brake-light de série.
Comparativo entre as versões com e sem Break-Light |
Uma curiosidade marcante em relação aos Torinos equipados com chassis pesados, como por exemplo Scania F113HL e Volvo B10M, está no fato de estes possuírem os para-choques com tamanho diferenciado, maior e mais alto do que os tradicionais. Por consequência, o aumento na altura dos para-choques reflete no aumento total na altura da carroceria, que nas laterais são maiores as distâncias entre a saia e o friso central e entre o friso central e a base da janela.
Algumas unidades deste modelo diferenciado foram encarroçadas em chassi Mercedes-Benz OF-1620 e OF-1721. Nas fotos a seguir é possível observar esta característica que é, no mínimo, curiosa.
Marcopolo Torino GV sobre chassi Scania F113HL |
Torino GV sobre chassi Mercedes-Benz OF-1620 |
Amanhã vamos continuar com a segunda parte da matéria sobre as gerações do Marcopolo Torino. Não perca!
Fonte: MOB Ceará
Show de materia, é evidente que o Torino é o "carro chefe" da Marcopolo, não é atôa o grande sucesso do modelo; acredito que a série Torino continue a rodar em nossas ruas por muitas décadas.
ResponderExcluirIsmael, Peterson e Cândido estão de parabéns.
ResponderExcluirParabéns pela excelente matéria! Conteúdo muito bom e didático para aqueles que não conhecem a história desse modelo de carroceria!
ResponderExcluirCom esse trabalho diferenciado da mesmice vocês irão longe!
Parabéns pelos estudos.
ResponderExcluirAgora um detalhe, o LN na verdade provém das lanternas novas utilizadas nos faróis e no conjunto ótico da traseira, ou seja, Luzes Novas.
Outro detalhe interessante que também descobri pesquisando, foi o fato de os Torinos G5 com chassis MBB OF-1620 de pára-choques grandes terem um degrau a mais, ou seja com o piso mais alto.
Espero as próximas postagens.