Para a maioria dos busólogos, o os temas em volta do ônibus são bem conhecidos. Seus mistérios, características e particularidades são estudadas por várias pessoas no Brasil e no mundo.
Uma das características mais conhecidas é o composto chassi/carroceria, que é o modo de se construir mais utilizado pelas empresas até atualmente. Consiste na montagem da estrutura da carroceria do ônibus sobre o quadro do chassi.
Este modo de construção é utilizado desde o início do século, quando alguns pioneiros adaptavam carrocerias artesanais de madeira sobre os chassis de seus caminhões, para assim iniciar o transporte coletivo de passageiros.
Carroceria Grassi "Mamãe me Leva" |
O modo artesanal de fabricação continuou por muitos anos até o surgimento de fábricas que produziam em escala, que montavam as carrocerias sobre chassis de caminhão, pois na época não estavam disponíveis chassis especiais para ônibus.
O chassi
É o elemento estrutural, que dá suporte a todos os outros elementos do veículo.
É composto por duas vigas principais (longarinas) e várias vigas secundárias (travessas). Nestas vigas são instalados todos os itens mecânicos, como o motor, caixa de marcha, suspensão, direção e diferencial.
O chassi de ônibus é muito semelhante ao destinado aos caminhões, mas a principal diferença se trata da posição do eixo dianteiro. No ônibus o eixo fica mais para trás.
Carroceria Monobloco
É semelhante aos automóveis produzidos atualmente, em que a carroceria e o chassi (no caso uma plataforma) formam uma única peça.
A plataforma é formada por muitas vigas bem finas que são soldadas à carroceria na etapa de produção do veículo e tem a mesma função do chassi,
de ser a estrutura e o suporte de todos os elementos. Depois de montado o monobloco, são instalados todos os itens mecânicos.
O primeiro registro da produção brasileira de um ônibus monobloco é do ano de 1946. O ônibus era uma versão nacional do americano GM Coach.
GM Coach TDH-3207 (Old Look) 1948 |
Mas a grande revolução ocorreu em 1958, quando a Mercedes-Benz iniciou a produção do monobloco O-321.
O lançamento do ônibus foi uma sensação por causa do alto luxo e do conforto proporcionado pelo kit de molas helicoidais e amortecedores telescópicos, itens até então disponíveis apenas nos automóveis.
Os monoblocos da Mercedes-Benz foram muito bem sucedidos e tiveram várias evoluções, tanto no segmento urbano quanto no rodoviário.
Eles permaneceram em produção até o ano de 1996, quando a Mercedes-Benz encerrou a linha de urbanos e rodoviários O-400.
Atualmente a produção nacional se baseia na velha receita da composição chassi/carroceria.
Fonte: MOB Ceará
Tags
Curiosidades
Parabéns pois a matéria foi maravilhosa !!!
ResponderExcluirEntretanto faço algumas ressalvas que podem ser comprovadas com pesquisas na internet:
O monobloco se divide em duas categorias:
Carroceria fundida à uma plataforma
Carroceria auto sustentável "também apelidada de contrução em janela ou gaiola"
O monobloco foi inventado pelo engenheiro americano Dwight Austin e depois foi amplamente utilizada nos EUA.
Alguns urbanos dos EUA e rodoviários de outras partes do mundo, de mesma época, eram superiores à este Mercedes citado.
O que o tornou este modelo popular foi o fato dele ser 'tecnologicamente mediano' e por isso barata para vender e manter.
Nem em tecnologia de contrução de carroceria o O321 é refer~encia ...
ABS!
Quero agradecer ao MOB pela resposta. Inclusive retiro as ressalvas porque o autor me explicou que falou APENAS dos modelos nacionais.
ResponderExcluirSobre o meu comentário acima, eu quis dizer que o O321 utilizou técnicas de outros construtores,sendo que as inovações provavelmente foram as corriqueiras pontuais relacionadas à particularidade de cada projeto.
Ou seja , eu não questionei a qualidade e sim referência de inventar técnicas de construção.