Ministro dos Transportes pede desculpas aos cearenses

Um dos trechos mais críticos da BR-222, fica a partir do Km 90, no município de Umirim. Os prejuízos chegam a onerar em até 40% a folha das empresas de transporte
"Estou aqui, exclusivamente para cumprir minha obrigação e pedir desculpas ao povo do Ceará, pelos imprevistos ocorridos e pelo estado em que se encontram as rodovias federais", disse o ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, ontem, na visita que fez ao Estado e anunciou a liberação de recursos para a restauração da malha viária de responsabilidade do Governo Federal. A frase "peço desculpas ao povo do Ceará", foi repetida várias vezes durante o dia de ontem pelo ministro.

Na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Fortaleza, foi anunciado o plano de recuperação das rodovias federais do Ceará, que vai custar mais de R$ 1 bilhão. Ao todo, serão 1,7 mil quilômetros de estradas contempladas, o que corresponde a 77% da malha viária pavimentada do Estado. Segundo o ministro Alfredo Nascimento, a BR-222, onde a situação é mais grave, será completamente reestruturada em um prazo de dois anos.

De acordo com o ´Plano de Intervenções´ apresentado pelo diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, serão mais 1,7 mil quilômetros de rodovia recuperados, na primeira etapa, 317 km de rodovias serão restaurados, sendo que 116 Km passarão por recuperação e 56 Km serão construídos ou duplicados, além desse total, 400 Km de malha viária passarão por manutenção pelo mesmo período de execução das obras.

Na BR-222 será totalmente recuperado um trecho de 199,2 Km, entre os municípios de Fortaleza a Tianguá. "O que o povo do nosso município quer é a recuperação do trecho que passa de Caucaia, para depois torná-lo municipal e assim o município possa ser responsável pela sua conservação", disse o prefeito de Caucaia, Washington Goes (PRB). O ministro prometeu estudar a propostas.

Desconfiança

"A gente vê sempre com desconfiança", afirma Wellington Macedo, referindo-se à crise na cúpula do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no ano passado. Na sua opinião, para evitar desvios de verbas, o Ministério Público Federal deve acompanhar a aplicação dos recursos para a realização das obras na BR-222. Disse que como pressão do Rally, o governo liberou R$ 450 milhões. Os prejuízos para os empresários e permissionários de transporte intermunicipal chegam a onerar em até 40% a folha das empresas.

Guanabara
 
Este é o caso da Empresa Guanabara, obrigada a desviar a rota de alguns percursos devido ao estado precário da BR-222. Conforme Ricardo Viana, gerente de manutenção da Empresa Guanabara, aponta como maior prejuízo "o tempo perdido pelos usuários". Uma viagem para Sobral, cujo tempo médio é de três horas, devido ao estado da rodovia, pode chegar a cinco horas.

"Muitas pessoas perdem consultas", observa, lamentando que os moradores de algumas cidades como Forquilha e Itapajé foram prejudicados. Outro problema, "o passageiro se sente inseguro porque o carro oscila ao passar pelos buracos".

O perigo é quando os caminhões trafegam na contramão, fugindo da buraqueira. O tráfego se tornou inviável, sendo necessários desviar pela CE que liga Fortaleza a Itapipoca. "Consideramos este o principal prejuízo". Além dos custos, quebra de suspensão, aumento de combustível e desgaste com pneus. "A gente absorve todo o prejuízo", desabafa, explicando que por ser ônibus de linha, cuja concessão é feita via licitação do Estado, a empresa não pode alterar a tarifa. Diferente das empresas que operam com fretes, por exemplo.

Fonte: Diário do Nordeste
Fotos: Marilia Camelo/ Marcelo Santos

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