A reportagem de O Povo acompanhou esta rotina estressante dos usuário de coletivos que passam pela BR-116, acompanhe a reportagem
Quem se desloca do terminal de Messejana até o Centro precisa ter paciência. Por causa do congestionamento no BR 116 e avenida Aguanambi, o tempo de viagem é de cerca de uma hora
Os usuários da linha 650 (Messejana/BR Nova/Centro Expresso) precisam ter uma dose a mais de paciência. Desde o início das obras de recuperação do canal da avenida Aguanambi, o percurso entre Messejana e Centro leva cerca de uma hora para ser feito nos horários de pico, por conta do congestionamento. O normal seria realizar o trajeto em 29 minutos, segundo Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor).
Mas a “aventura” dos usuários da linha começa muito antes do deslocamento no ônibus. O POVO chegou ao terminal às 7h20min. No local, havia uma fila imensa de pessoas aguardando por um ônibus. A população reclama da demora dos ônibus e da desorganização da fila. “A gente só falta ser pisoteada”, diz a auxiliar administrativa Beatriz Helena.
Dez minutos depois, chega o primeiro ônibus. Começa o empurra-empurra. Gritaria e cotoveladas sobram para todos os lados. Algumas grades, colocadas para organizar a fila, são afastadas por causa da pressão feita pelas pessoas. Fiscais da Etufor tentam pôr ordem na confusão, mas a tarefa é quase impossível. “Foi um milagre conseguir sentar”, afirma Rosicléa Lima, depois de ocupar uma das cadeiras.
Para completar, ainda sobra a falta de educação de algumas pessoas, como a de uma moça que insistia em ficar na fila preferencial, mesmo não sendo idosa, grávida ou deficiente. Ela teve de ser impedida, quase que pela força física dos fiscais, de entrar no ônibus.
Às 7h45min, O POVO embarca rumo ao Centro. Agora, o problema da linha 650 é o engarrafamento que será enfrentado dali pra frente. O motorista do coletivo, Lúcio Flávio, afirma que o congestionamento começa no quilômetro 6 da BR-116 e se arrasta por todo o percurso.
Além do excesso de carros, os acidentes na rodovia prejudicam ainda mais o fluxo dos veículos. Na última quarta-feira, por exemplo, dois carros haviam colidido próximo ao viaduto do Makro. Na altura da Base Aérea de Fortaleza, começa o engarrafamento provocado pelos obras na avenida Aguanambi. São 8h17min, quando o ônibus chega ao viaduto sobre a avenida Borges de Melo. Somente 11 minutos depois, o ônibus passa pelo viaduto da avenida 13 de Maio. “Esse trecho deve ter 400 metros e é essa demora toda”, diz o motorista.
Atraso
A caixa Ednalda Chaves estava preocupada com a demora. ”Na quinta-feira passada tive de voltar do trabalho pra casa, porque cheguei 12 minutos atrasada. Foi descontado do contra-cheque e estou correndo risco de ser demitida. Eu saio de casa mais cedo e, ainda assim, me atraso”. Depois de passar pela obra no canal da Aguanambi, o trânsito até melhora, mas o martírio não acaba. “Vixe, começou a peneira”, alerta a comerciária Lúcia Helena Magalhães. Em seguida, o ônibus saculeja por conta de uma série de buracos na avenida Aguanambi. Às 8h45min, uma hora depois, o ônibus chega ao destino final. Um alívio para os passageiros, mas que tem um prazo de validade: a manhã do dia seguinte.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIAO tempo do percusso da linha Messejana /BR Nova/ Centro Expresso, entre o terminal de Messejana e o Centro, é de 29 minutos, segundo a Etufor. Mas os engarrafamentos fazem com que a viagem dure mais de uma hora.
SAIBA MAIS
A Etufor informa que o intervalo dos ônibus da linha 650 varia de 3 a 5 minutos, sendo essa uma das linhas mais bem atendidas da cidade.
Caso aconteça grandes atrasos, a Etufor avisa que pode remanejar veículos de outras linhas para atender a demanda.
A Regional IV afirma que os reparos na parede do canal da avenida Aguanambi estão previstos para terminar até o fim de maio.
A Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) informou que uma equipe de agentes está disponibilizada para organizar o trânsito no local em todos os turnos.
Fonte: O Povo/Geimison Maia
Fotos: Mauri Melo/Herminio Barros