Licitação de linhas federais

Segue na estrada o processo licitatório da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para mais de duas mil linhas de ônibus. A grande maioria das concessões das linhas federais se encerrou em dezembro de 2008. O primeiro projeto da ANTT para a licitação foi suspenso em 2010 por inúmeros erros de dimensionamento e falta de consistência nos dados utilizados. Desta vez, a Agência dispõe da consultoria da Fipe e da PWC para elaboração do projeto da nova rede de linhas, levantamento de custos, modelagem e critérios do edital.

As empresas comemoram. Dizem que pela primeira vez estão sendo ouvidas e convidadas para algumas reuniões. A participação se dá não individualmente, mas por meio da Associação que dirige o lobby do setor, a Abrati. Não é mesmo fácil redesenhar o mapa das concessões. Existe um alto risco envolvido. No dizer do diretor-executivo da Expresso Guanabara, Paulo Porto Lima (foto): “A licitação altera um sistema que se organizou em 60 anos e que não há similaridade no mundo”. Segundo ele, a última pesquisa encomendada pela Abrati ao Vox Populi, e entregue à Agência, aponta avaliação positiva acima de 80%. A pesquisa é um dos trunfos das empresas.

E é mesmo curiosa a situação do transporte rodoviário no Brasil. Ao tempo em que o aumento do acesso às viagens aéreas é visto como indício de distribuição de renda – em grande medida alimentado por isenções fiscais que voam muito acima dos ônibus (só atendem às companhias aéreas) – as empresas precisam recorrer à criatividade para não atolar. O caso da Guanabara: “Enfrentamos essa realidade priorizando as ligações mais imunes à operação aérea. Há alguns anos priorizamos ligações de interior para capital e de interior para interior”, revela Paulo Porto.


GRUPO ESTÁ ENTRE OS 3 DO PAÍS
Com a compra da Real Expresso (empresa de transporte rodoviário como a Guanabara) em Brasília o grupo subiu no pódio. Está entre os três maiores grupos do setor. Hoje, o esforço da companhia é pela integração da gestão e da operação das três empresas rodoviárias do grupo (Guanabara, Útil e Real Expresso). O trabalho é comandado a partir da sede em Fortaleza, na BR-116. Em todo caso, o centro de treinamento de operação manutenção ficará em Brasília. Em tempo: a licitação federal interessa muito à empresa, afinal, representa 60% das linhas.

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