Fortaleza está apta a receber ônibus elétricos?

Fortaleza até pode receber ônibus elétricos, mas há barreiras estruturais e financeiras que tornam a implantação lenta. A principal está ligada à rede elétrica necessária para carregar frotas grandes de veículos pesados.


Cada ônibus elétrico precisa de carregadores de alta potência (150 a 450 kW). Quando se fala em dezenas ou centenas de veículos, a demanda elétrica é equivalente a pequenos bairros inteiros, e Isso exige conexão à rede trifásica em alta tensão, diferente da rede comum usada em residências ou pequenos comércios.

Custo da infraestrutura

Para viabilizar a recarga em garagens, é necessário subestação própria, transformadores, cabos de alta capacidade e sistemas de proteção. Esse investimento gira na casa dos milhões de reais por garagem, dependendo do número de veículos. No Brasil, a legislação prevê que a concessionária de energia (no caso, a Enel em Fortaleza) só é obrigada a fornecer até certo limite de carga. Acima disso, quem solicita (empresa ou poder público) deve custear as obras, e ela não costuma bancar esse tipo de obra porque a lógica do setor elétrico é que o cliente “extraordinário” (como uma frota de ônibus elétricos) arque com os custos, ou seja, ou a iniciativa privada teria de arcar com esse investimento ou a prefeitura de Fortaleza, que tem um orçamento aprovado mas não se mobilizou em colocar o projeto adiante.

Para a distribuidora (Enel), a prioridade é manter a rede atual estável, e não financiar infraestrutura para usos específicos.
 
Redação: MOB Ceará 

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