MOB Ceará em debate: invisível

Conta-se, através da sabedoria popular, que Chico Xavier, ilustre brasileiro mundialmente conhecido, tinha em seu quarto, sobre sua cama, um quadro simples com a seguinte frase: “Tudo passa”.


Estimado leitor, amiga leitora, é certo que o mundo está passando, nesse momento, por uma transição inesperada. A crise se agrava a cada dia, invisível. A economia dá sinais de recessão, mas, por favor, lembre-se do início deste editorial: “Tudo passa! ”, e isso tudo também vai passar.


O isolamento social proposto resulta naturalmente na redução de deslocamentos e na consequente queda na demanda por viagens em geral, em todos os setores. Conforme matéria do Diário do Nordeste (25/03/2020), segundo o Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditáxi), o número de chamados teve queda de até 95% nesta semana, enquanto, de acordo com a Associação de Motoristas de Aplicativos do Ceará, a redução para o segmento foi de cerca de 80%.

Por sua vez, Otávio Cunha, presidente da NTU, entidade nacional de empresários do setor, em matéria publicada no Diário do Nordeste em 26/03/2020, alerta que os ônibus do transporte público do Brasil correm risco de deixar de operar a partir de 5 de abril. "As empresas estão sem caixa para fazer o pagamento dos funcionários do mês que vem, que vence no dia 5. A maioria delas depende da receita das viagens e a demanda caiu em mais de 50% e chegou a 70% em algumas delas, como Belo Horizonte. ''Se não tem passageiro, não tem recurso", disse à reportagem.

Sim. A situação é preocupante, mas vai passar ( tem-se que acreditar nisso). Esta é a hora dos gestores, o momento da inovação, a vez das soluções diferenciadas e do tal clichê: “sair da zona de conforto”. 


Só com novas atitudes, as mudanças acontecerão de forma mais rápida. É certo que os gestores e demais pessoas interessadas não podem simplesmente sentar e esperar que as coisas se resolvam por si. A eficiência será amplamente testada. Os mais preparados serão testados, ao mesmo passo que as falhas (antes até aceitas) serão cobradas agora. O setor de transporte é competente, existem inúmeras empresas que podem provar isso. Já passou por crises e se recuperaram, se ajustaram aos tempos e necessidades.

Senhores gestores, não se pode esperar resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas. Isso é fato comprovado pelo tempo. Assim, surge o questionamento: Que tal inovar?

Mas que inovações? (eis a pergunta chave)

Antes de possíveis respostas e sugestões, o MOB Ceará ressalta aqui, mais uma vez, que isso tudo vai passar. Estimado leitor, amiga leitora, amigo gerente, amiga gestora, a repetição torna-se necessária para servir como base do primeiro argumento a lhes ser apresentado: Não adianta demitir por demitir. Se o gestor entender que a demanda vai voltar, e que existem (gigantescos) custos para demitir via CLT no Brasil, será um pouco menos difícil transpor essa fase.

A economia vai voltar ao seu normal, não se prevê quando, mas vai voltar. Assim, as pessoas vão precisar se deslocar, e o transporte público deverá estar lá para atender. A economia volta, a demanda acompanha.


Portanto, demitir agora é gerar custos e impactos ainda maiores na economia como um todo, e, quando a demanda voltar (espera-se que seja logo), mais gastos com processos de contratação. Como gestores, os senhores devem saber os reais impactos negativos de se ter um alto índice de "turnover" nas suas empresas.

Surge, então, o questionamento: “Então vocês estão dizendo que devo manter meus funcionários sem trabalhar? ” Sim! E não! Lembra da “inovação”? Pois bem, o mais básico agora é negociar as antecipações das férias. Faz-se necessário atuar em conjunto com o RH e o tráfego, respondendo, por exemplo, quantos e quais funcionários podem receber suas férias agora? Já será um passo importante.

“Mas ainda assim, teremos muitos funcionários parados! ”

Henry Ford, há mais de 100 anos, inovou em sua empresa ao padronizar o ambiente de trabalho criando turnos de 8h por dia durante 5 dias por semana. Pela primeira vez, o trabalhador comum tinha 2 dias livres (final de semana) para fazer qualquer outra coisa.

Sabe-se que a grande maioria dos trabalhadores do sistema possui escala de 6x1 (44h por semana). Pois bem, que tal, nesse momento de crise, ajustar as escalas para 5x2, criando um banco de horas para ser pago quando a demanda voltar. Isso é plenamente possível se fazer.

Senhores gestores, também é possível realocar temporariamente alguns dos funcionários em outros setores, em uma espécie de estágio aonde todos tendem a ganhar. Afinal, os senhores sabem quantos motoristas possuem outras capacitações além da CNH? Se sim, tem-se aqui uma excelente oportunidade para testar e identificar talentos. Se não, tem-se uma falha grave. Um motorista com curso técnico em logística, pode, por exemplo, passar ao setor de tráfego como “aprendiz”. Eis aqui apenas um exemplo.

No mais, sempre haverá esperança! A economia diminui, mas não para. As vendas por aplicativos aumentaram 50% (Diário do Nordeste; 25/03/2020). Os supermercados estão até contratando entregadores. A indústria farmacêutica não para. As usinas de cana-de-açúcar vão doar 1 milhão de litros de álcool ao SUS (valor Investe; 24/03/2020) e os brasileiros? Estão e estarão aqui, com toda esperança, acreditando sempre na melhora da sociedade.

Fonte: MOB Ceará
Redação: Equipe MOB Ceará

9 Comentários

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  1. Dúvido muito, aqui em Fortaleza as empresas ganham por viagens e não por Passageiros transportado.

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    1. Na época da implantação do Sit. A conversa que rolava era que as empresas ganhavam por quilômetro rodado.

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  2. Excelente matéria e concordo com todas as palavras que estão digitalizadas na mesma, vou mencionar o meu exemplo: Além de estar com o vínculo empregatício exercendo a função de motorista, pois a minha experiência é somente nessa profissão. Mas sou tecnológo em gestão de recursos humanos e especialista em departamento e gestão de pessoas.
    Então diante de todo esse cenário em que estamos vivenciando atualmente, os gestores das organizações incluindo o setor de transporte, devem empenhar-se e até mesmo oferecer oportunidades se alguns ou vários colaboradores obtiverem outras qualificações. Apostem no capital humano, porque eles podem ter diversos talentos e nunca estiveram a ocasião de serem identificado ou vistos porque o mercado de trabalho exige experiência e como os mesmos irá obter, se as empresas não fizer um recrutamento interno com os seus funcionários?
    Entendem?

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  3. Cara que matéria massa, simplesmente abrangeu muito do que estamos passando, com um texto próprio e identificando fontes, não apenas um cópia e cola que eu vejo em outro site.

    Como disse na matéria é preciso inovar e vocês do mob sabe bem como é isso, inovaram muito desde o início. Avancemos. Está difícil mas "vai passar"!

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  4. o fortalbus encerrou as atividades?

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    1. Produzir o que os outros criam é o mesmo que ler outros sites.

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  5. Tudo passa se as pessoas voltarem à trabalhar. Se ficarem em casa como fazem vamos todos é quebrar!

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