As topiques surgiram como uma alternativa para o transporte público
convencional, mas, hoje, esses veículos estão sempre lotados, nos
horários de pico, e apresentam os mesmos problemas encontrados nos
ônibus. Por isso, em Fortaleza, essa atividade tem se tornado difícil e
até perigosa para a população.
A jornalista Liliane Luz Alves de
Oliveira estava na topique da linha 03, e quando foi descer no ponto da
Rua Firmino Rocha Aguiar seu pé ficou preso na porta do veículo e por
isso ela acabou caindo no asfalto e também se ferindo. "Quando os
passageiros viram que eu estava com meu pé preso na porta eles começaram
a gritar para que o motorista não continuasse a viagem. Mas ele
acelerou e eu cai imediatamente. Machuquei minha perna, braço e também
as costas", explicou a jornalista.
Assista a entrevista
Liliane
acrescentou que precisou da ajuda das pessoas que estavam na parada de
ônibus para se levantar e conseguir juntar os seus pertences espalhados
pela pista. Ela reclamou da falta de assistência do motorista e do
cobrador do transporte. "Logo depois do acidente ele parou a topique.
Mas quando viu que eu me levantei acelerou o veículo e foi logo embora",
disse.
A jornalista contou que se sentiu desrespeitada como
usuária do transporte público da Capital. "Mal consigo movimentar o
braço. As costas doem bastante. O joelho está inchado e ralado. Tive que
vir trabalhar de táxi, pois não consigo andar direito".
Em busca
de alguma solução ela ligou para a Empresa de Transporte Urbano de
Fortaleza (Etufor) e fez uma denúncia. "Eles me disseram que o
permissionário será chamado para informar o que está acontecendo, assim
como o motorista e o cobrador. Além disso, eles me deram o protocolo
para poder acompanhar o caso", afirmou.
Medo
A
aposentada Maria Alves Gusmão utiliza, quase todos os dias, as topiques
para trafegar pela cidade. Mas ela conta que sempre sente medo ao
utilizar o transporte alternativo. "São muitos problemas. Nos horários
de pico é muito lotado. É difícil até para respirar. Os motoristas não
respeitam ninguém", reclamou.
O técnico em informática Tadeu
Silva Pinheiro acredita que a única solução para que os problemas sejam
solucionados é uma fiscalização mais eficaz. "Eles têm medo de ser
multados. Por isso se souberem que existe uma boa fiscalização vão
respeitar as leis e os passageiros também".
Segundo o chefe da
Divisão de Fiscalização da Etufor, José Josino de Medeiros, em
Fortaleza, existem 320 topiques cadastradas e estão distribuídas em 16
linhas. Para realizar a fiscalização, uma equipe vistoria os veículos em
qualquer hora e local. São verificadas a parte elétrica, visualização
das informações, itens de segurança e se o condutor é corretamente
cadastrado.
Para fazer uma reclamação ele disse que basta a
população ligar para o número: (85) 3452-9318. As topiques são
monitoradas 24 horas por dia pela Etufor, através de sistema de
posicionamento global (GPS) para que em casos de qualquer ocorrência o
órgão já seja avisado. "A pessoa passa a reclamação para Etufor e a
nossa equipe mais próxima do local vai averiguar o caso".
Quando o
usuário se sente prejudicado, explicou Medeiros, o órgão houve o
permissionário e o motorista, depois coloca os fatos na ficha deles. Se
algo acontecer novamente, dependendo da gravidade, a carteira do
motorista pode até ser caçada. "Precisamos ouvir os dois lados e
investigar o caso para que ninguém seja prejudicado", frisou.
Indignação
"Algo precisa ser feito para que esses problemas com o transporte público de Fortaleza não aconteçam novamente" Liliane Luz Alves de Oliveira - JornalistaFonte: Thiago Rocha
Foto: Acervo MOB Ceará
Vídeo: TV DN