Será o fim da Busscar??

Os busólogos brasileiros foram surpreendidos hoje com uma notícia triste: A tradicional encarroçadora Busscar Ônibus S.A. teve sua falência decretada.

A decisão em primeira instância foi tomada pelo juiz da quinta vara cível de Joinville, Maurício Cavallazzi Povoas, e foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina ontem às 17h30.

A decisão se baseou, entre outro fatores, no resultado da Assembleia Geral de Credores, que depois de duas sessões interrompidas em 25 de setembro e em 22 de maio, não registrou aprovação unânime do Plano de Recuperação da Busscar. Somente a aprovação de todos os credores, o que não ocorreu, efetivaria o plano de recuperação e poderia livrar a Busscar do risco da falência.

A Busscar Ônibus não é a única empresa abalada com a decisão:
As empresas Bus Car Investimentos e Empreendimentos Ltda, Buscar Comércio Exterior S.A., Lambda Participações e Empreendimentos S.A., Nienpal Empreendimentos e Participações Ltda, TSA Tecnologia S.A.,Tecnofibras HVR Automotiva S.A e Climabuss Ltda, todas administradas pelos sócios-diretores Claudio Roberto Nielson e Fabio Luis Nielson sofreram com o julgamento. Porém as empresas Tecnofibras e ClimaBuss continuam operando provisoriamente. A ClimaBuss continua por mais 30 dias normalmente, enquanto a administração da falência vai determinar depois desse prazo em relatório se a empresa possui ou não condições de continuar aberta. Convém lembrar que esta é uma decisão em primeira instância, cabendo recurso por parte da empresa.



HISTÓRIA QUE NÃO PODE SER APAGADA

Apesar da situação recente envolvendo a Busscar, a história da empresa é algo que não deve ser anulado.

Com pioneirismo e inovações, a Nielson – Busscar contribuiu não só para o desenvolvimento da indústria de ônibus e o setor de transportes, mas fez parte do crescimento de toda a nação. Afinal, os ônibus estão inseridos no dia a dia das pessoas, ajudam as cidades a crescerem, levam as pessoas para onde está o emprego e a renda e permitem o acesso aos serviços essenciais, como saúde, educação, lazer, etc.

Fundada em 17 de setembro de 1946, pelos irmãos Eugênio Nielson e Augusto Bruno Nielson, os negócios inicialmente eram destinados para a fabricação de esquadrias, balcões e móveis de madeira. A madeira nesta época também era a matéria – prima das carrocerias de ônibus, com algumas exceções.


No ano seguinte, em 1947, eles reformaram uma jardineira, um ônibus rústico de madeira, e em 1949 foi a vez de construírem uma carroceria de jardineira sobre um chassi de caminhão Chevrolet Gigante. 

Outra característica da época é que os ônibus não tinham chassis próprios, eram somente caminhões que recebiam estruturas, quase artesanais, para transportar passageiros. Com a entrada em 1956 de Haroldo Nielson no negócio, filho mais velho de Augusto Nielson, a empresa toma novos rumos. 

Era época de crescimento econômico, de urbanização e a demanda por ônibus crescia, pois as cidades se tornavam mais populosas e os deslocamentos necessários. A empresa soube aproveitar o momento, naquela época empresa já tinha entrado para a era das carrocerias metálicas.





A Nielson também lançava produtos que seriam destaque e até referenciais para outras fabricantes, como ocorreu com o Diplomata, em 1961. O modelo, variando de acordo com o tempo, foi comercializado até o início dos anos de 1990. No ano de 1987, a Nielson volta a investir em modelos de ônibus urbanos. E lança o Urbanus, que até hoje, passou por várias versões.




Em 1993, apresentou uma solução para o mercado pela HVR Equipamentos Industriais, uma das empresas do grupo, pela qual a carroceria era montada em um chassi próprio da Busscar.

A mudança de nome de Nielson para Busscar foi uma estratégia de negócios e ocorreu entre os anos de 1989 e 1990. Além do novo nome, entrava uma nova família de produtos: a El Buss e Jum Buss, que substituíram os Diplomatas.


A Busscar faz parte direta ou indiretamente da vida de muitos brasileiros. Quem anda constantemente de ônibus, em alguma vez na vida esteve num veículo encarroçado pela empresa.


Fonte: Ádamo Bazani
Fotos: Acervos Busscar/São José de Ribamar/Peterson Pedrosa

1 Comentários

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  1. É lamentável a falência de uma empresa tão consolidada no mercado.

    Acredito que, se houvesse vontade política, muitos postos de trabalho poderiam ser preservados.

    Profundamente lamentável!!

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