Mais um terminal fechado, desta vez Antônio Bezerra

Uma tarde de tensão, corre-corre e muitas reclamações. Este foi o clima predominante, ontem, no Terminal do Antônio Bezerra, onde o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro) realizou mais uma paralisação, das 15h às 16h, desta vez na véspera da oitava rodada de negociação com o Sindicato das Empresas de Ônibus do Estado do Ceará (Sindiônibus), marcada para as 15 horas de hoje na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

Entre 15h e 16h de ontem, os manifestantes do Sintro interditaram o Terminal do Antônio Bezerra e muitos passageiros precisaram seguir a pé por vários quarteirões porque os ônibus não entraram no local.

"Esperamos que a classe patronal não continue com intransigência diante das reivindicações dos trabalhadores", disse o presidente do Sintro, Domingos Neto, enfatizando: "nós já reduzimos nossas propostas, mas as empresas não apresentaram, sequer, uma contraproposta possível de ser aceita. Não queremos greve, mas, se continuar assim, não haverá outra alternativa".

Mas, enquanto o líder da entidade representativa de motoristas, fiscais e trocadores alertava que, após sete rodadas, persistia o impasse em mesa de negociação, entre passageiros que aguardavam para seguirem seus destinos ficou patente a insatisfação com o protesto.

Quarteirões

"Isso é uma palhaçada", disparou a dona de casa Creusa Cassiano, afobada por ter andado vários quarteirões até chegar ao terminal. Creusa apanhou um ônibus no Frotinha de Messejana, que parou cerca de dez quarteirões antes do terminal Antônio Bezerra. "O motorista mandou a gente vir andando, pois pegaríamos aqui outro coletivo, mas, quando chegamos, estava tudo parado", queixou-se, visivelmente cansada.

Já enquanto muitos passageiros se amontoavam em grupos para protestar contra a paralisação, uma ou outra pessoa expressava reconhecer o direito da categoria de lutar para ver atendida suas reivindicações. 

Foi o caso, por exemplo, da vendedora Laura Cristina Almeida. "Paralisação ou greve é um direito deles", disse ela, explicando que iria se atrasar no trabalho. "Mas entendo o lado deles", frisou.

Além de dois veículos com os pneus esvaziados na entrada do terminal, cujo acesso é pela Avenida Mister Hull, mais seis carros nos arredores estavam com os pneus em estado idêntico, informou a supervisora do terminal Sâmia Lerry. "Eles fecharam a entrada com esses transportes e deixaram a saída liberada", comentou, afirmando não ter sido necessário chamar policiais ao local. "Houve muitas queixas, mas correu tudo tranquilo".

Na negociação de hoje, voltará ao debate a luta dos motoristas por um reajuste salarial de 15%, enquanto o Sindionibus tem insistido em 4,88%.

Fonte: Morzaly Almeida/Diário do Nordeste
Foto: O Povo

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