Empresas alteram as rotas para escapar dos buracos na Capital



Cerca de 20% das rotas são alteradas, segundo as empresas. Foto: Mauri Melo
Quadras chuvosas aumentam transtornos no trânsito – abrem buracos, alongam engarrafamentos, danificam as suspensões dos carros. Os danos causados são “democráticos”: afetam transporte coletivo e privado. Das 22 empresas de ônibus operantes no transporte coletivo urbano da Capital, O POVO ouviu 12 a respeito da combinação entre chuvas e vias esburacadas. Atraso nas linhas é a consequência apontada de pronto.


Mesmo com tantos problemas, a frota não aumenta (se aumentasse, onde trafegaria?) e o motorista é orientado a ter cautela, então atrasa. “Quem conhece a avenida Osório de Paiva em tempo de chuva e não quer danificar o ônibus, não passa da terceira marcha. É muito buraco”, resume o motorista Gilberto Cavalcante, 43 anos.

O estresse dos usuários atrasados começa na garagem das empresas. “Já chegamos a uma hora e meia de atraso”, confessa o chefe de tráfego de uma das empresas contatadas. A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) verifica todos os atrasos. Quando não encontra justificativas, a empresa é punida com suspensões de viagens.

Para fugir das vias esburacadas ou em obra, muitas empresas mudam as rotas. Temporárias ou fixas, essas mudanças aliviam o percurso, mas não resolvem o problema. Numa das empresas consultadas, 8 das 12 linhas operadas precisam de desvio. Em todas as companhias, um mínimo de 20% das rotas precisa ter rumo modificado em nome do funcionamento regular.

A principal reclamação recai sobre os trajetos por bairros periféricos. “Ainda assim, de vez em quando, a gente pega uma rua que não está na rota, faz um retorno fora do programado, porque todo dia tem buraco novo”, confessa o chefe de tráfego que controla 70 ônibus na empresa onde trabalha.

Manutenção

Os chefes de tráfego das empresas contatadas destacaram aumento na quantidade de consertos necessários para veículos em bom estado. A média é aumento de 40% em reparos nos últimos três meses - duas empresas não souberam precisar este aumento. Molas quebradas, pneus rasgados e lataria danificada são problemas recorrentes.

“Os reparos nos carros aumentaram de 10 para 30 por dia, nesses três meses”, reclama o operador responsável por 32 linhas circulantes em todos os terminais. Ao todo, 173 carros. Em outra empresa, a manutenção periódica dá lugar à corretiva: “Não existe mais manutenção preventiva, só corretiva. Aqui é liberando um e ajeitando outro, direto”.

Cratera atrapalha o trânsito na saída do terminal Siqueira

A frente do terminal do Siqueira é ante-sala para esburacada avenida Osório de Paiva. Tão logo deixam as plataformas e saem do terminal, os ônibus ensaiam a convivência com a precariedade do asfalto. É preciso reduzir a velocidade e provocar os solavancos mal-quistos pelos passageiros para vencer o amontoado de buracos logo na saída do terminal.

Conforme a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), a partir do interesse da reportagem, o órgão encaminhará ofício à Secretaria Executiva Regional (SER) V pedindo solução para os buracos em questão.

Quanto aos atrasos em tempo chuvoso, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), por meio da assessoria de imprensa, informa: há mais tolerância a percursos mais demorados nesta época do ano, por causa das chuvas. Por questões de segurança, a velocidade operacional dos coletivos é menor em condições adversas, mas a orientação do órgão às empresas continua sendo a de cumprir os horários.

Ainda conforme a Empresa, mesmo com atrasos, o número de viagens em tempo chuvoso é equivalente aos dias de sol. No dia 25 de março, por exemplo, 19.511 viagens foram realizadas pelos ônibus de transporte coletivo. No dia 29, quatro dias depois, foram 19.545.
FONTE: O POVO pág. 08

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